A matéria, agora, pois...
Depois de retirada do site (à força), eu vou publicar aqui :D
Cala a boca e pega Herpes!
Cala a boca e beija logo... A realização de mais uma folia carnavalesca – entre tantas que a criatividade de Momo desperta na quadra carnavalesca - não pode dispensar uma avaliação de alerta aos jovens, muitos deles distraidamente, que embarcam por caminhos que lhes podem trazer alguns danos. Prejuízos já conhecidos e detalhados e em sua maioria causadores de seqüelas irreversíveis. Não se trata de entrar aqui no aspecto moralista da situação e nem analisar pela ótica religiosa as implicações filosóficas e sociais de tipo de relacionamento humano que se estabelece num evento como o desse fim de semana, o "Cala a boca e beija logo!". É preciso que o poder público seja o animador do processo de informação e esclarecimento para prever, em lugar de remediar, algumas conseqüências.
Epidemias silenciosas se alastram
Mais complicado que controlar os ânimos de jovens cheios de libido é controlar as epidemias que se alastram nas folias de Carnaval, onde o fica-fica - a nova nomenclatura da conjunção corporal, descompromissada e inconseqüente - é generalizado. Epidemias silenciosas como a Hepatite, a Herpes e, é claro, a própria AIDS crescem assustadoramente e não tem respaldo nos equipamentos públicos para serem contidas. Esta última pode ser evitada com o uso de preservativo, que deve ser exigido mesmo em relações com pessoas conhecidas, o cônjuge que por várias razões pode se transformar num vetor.
Bebida e hormônio
É bem verdade que a última coisa que um adolescente de quinze, dezesseis anos – prenhe da mistura explosiva de hormônios e bebida irá lembrar é a colocação do preservativo. Porém, o que quase ninguém sabe é que a Hepatite C ou HCV também dá as caras atacando mais de 3% da população mundial e que a maioria dos seus portadores não apresenta sintomas enquanto têm seu fígado destruído. Sem a propaganda massiva que o combate a AIDS possui, a hepatite C se alastra matando 8 milhões de pessoas. A contaminação se dá através de sangue contaminado e contato sexual. Ou seja, pessoas que usam drogas e/ou têm vários parceiros sexuais sem proteção são fortes candidatos a Hepatite C. Não existe vacina para a hepatite C e ela é considerada pela Organização Mundial da Saúde como o maior problema de saúde pública, é a maior causa de transplante hepático e transmite-se pelo sangue mais facilmente do que a AIDS.
Baladas e orações
Mais conhecida pelos amazonenses, a Hepatite A costuma alastrar-se no ambiente tropical e é transmitida pela saliva ou qualquer outro fluido corporal. Ou seja, não é preciso manter relações sexuais para adquiri-la, bastando apenas um beijinho naquele gatinho que será apenas o número 38 na sua lista da balada. Os sintomas são de início súbito, com febre baixa, fadiga, mal estar, perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas, vômitos e diarréia. Não existe tratamento específico. É correr pro Hospital Tropical e rezar pra que a bendita saia enquanto come gelatina.
Sem vacina nem sintomas
Outro inimigo do desvario na libido é o Herpes. Quase sempre o contágio do Herpes é por via oral, para quem gosta de parar nos beijinhos, ou genital, para aqueles que vão até os finalmente. Os sintomas são inflamação na gengiva ou na área genital. E no caso da HSV2 (herpes genital) outros sintomas são febre, mal-estar, dores musculares e de cabeça, dores ao urinar e corrimento vaginal ou da uretra no pênis. A maioria das infecções, no entanto. É assintomática, ou seja, nem sequer os portadores sabem que tem a doença. Não há vacina nem tratamento definitivo. Só uma seqüela que causa diversos estragos. Alguns sem reparos.
Civilização e barbárie em Manaus
A falta de monitoramento dessas manifestações da libido, que a Psicanálise descreve como energia sexual, a mais forte que o ser humano pode produzir, pode ser encontrada nas várias civilizações que entraram em declínio. O Império Romano ruiu exatamente em função da liberação radical da permissividade dos costumes. A libertação dos instintos tem conseqüências similares à radicalidade de sua repressão. Ou seja, liberou geral ou reprimiu total o estrago e grande e muito semelhante. No primeiro caso é a falência no segundo a revolta, ambas com sintomas devastadores do caos.