Esse post inicia a série
Posts inspirados em comunidades do Orkut . Isto porque é impossível ignorar toda a criatividade de certas comunidades e elas me dão ótimas idéias para enganchar minha criatividade, pois do jeito que ando lendo Clarice Lispector e Albert Camus, o Cesar iria querer se matar depois de ler um post meu e, apesar de ele ser levemente irritante e me cobrar posts todos os dias, a morte não seria algo que eu deixaria nas mãos dele próprio. Suicídio é deprimente, let me kill you first. *brincadeira, cezinha, a rach te ama ta?*
Bom, esse post vai ser looongo pois nele relato como a realidade do ensino médio mostrada em Malhação é PURA FICÇÃO CIENTÌFICA. Isto porque comparo-a, obviamente, a minha que, de um modo geral, foi um coo.
Para início de conversa, em Malhação, eles usam roupas fashion e diferentes a cada episódio. Cada qual tem seu estilo e seus super assessórios, culminando na japa maluca que usa cada coisa digna de Bakudan pra estudar matemática. Tudo para destacar cada personalidade: a boazinha usa rosa claro, a rebelde usa preto, couro e cabelos pintados, o skater usa bermudas gigantes e assim vai... Poisé, como todos já devem saber meu 1º e 2º ano do Ensino Médio foram no Colégio Militar. Have you seen their outfit? É uma farda cor de merda, que consiste em uma saia da cintura ao joelho, uma sapato preto de couro que deve ser engraxado toda semana e uma boina vermelha. Alem disso, os meninos tinham o famigerado cartão de cabelo, onde poderiam provar que cortaram seus cabelos nos últimos quinze dias. Ahhh, se o Sargento pedisse teu cartão e você não tivesse em dia, a única opção era cortar nos salões onde os travecos prostitutos do centro trabalham pela manhã. Custa três reais mais um blow-job. Nada mal para evitar aquela punição. Depois disso fui pro Lato Sensu e como a piada do uniforme ser um pijama já ta mais que batida, então passemos adiante.
Em Malhação, todos são pops e tem amigos. Tem o núcleo malvado e o núcleo bonzinho, pero nenhum deles é LOSER. No militar eu até tive contato com os pops, mas depois descobri que eles só queriam ir à minha casa para ver Abril Despedaçado para o trabalho de Literatura. Rach = Otária que aluga o filme e se acha integrada. Poor me. Mas eu também descobri meus melhores amigos até hoje. E éramos o que se pode taxar de LOSERS with capital L. Discutíamos se ovo de barata tinha cheiro e usávamos calcinhas-cueca com mensagens tipo Bite Me no vestiário para chocar as outras meninas (não era moda ainda. Alias, nem era conhecido esse tipo de calcinha quando eu batia na bunda da marcela com um smile gigante). We still love each other, ainda somos diferentes dos demais, com a diferença de um acréscimo de my coffee, bohemia e cigarros mentolados.
No Lato Sensu, eu tive um breve contato com as plastic girls. Quase fui uma delas, meu deus. Mas um texto na internet criticando acidamente concursos de beleza fudeu minha integração e eu acabei passando o resto do semestre andando com um judeu que teimava em dizer que Israel é um estado legítimo, com a fofa linda Nat que era nerdona e estudava comigo e com o gaúcho maluco que fazia sons de filmes pornográficos na fila e virou indie agora. Incrivelmente fomos os únicos que passamos no vestibular da UEA no meio do ano. Right in your faces, bitches.
Passemos ao ponto três: a comida. Em Malhação, eles tem o super Gigabyte, com sucos maravilhosos e sanduíches saudáveis. No militar eu tinha Kapo e um pão-de-queijo meio roxo. Basta dizer isso.
Em Malhação a putaria come solta. No militar uma vez eu levei uns dez gritos por estar abraçando a Marcela e/ou Maia.
E finalmente, porém não menos importante: No meu ensino médio eu estudei pra caralho pra passar num vestibular de jornalismo no amazonas. Em malhação, eles aprendem as vogais durante as aulas e ficam em primeiro nos vestibulares da USP. É sempre algo do tipo:
- As vogais, portanto, são A E I O U...
- Então, professora, juntando com as consoantes elas formam sílabas, certo??
- Muito bem, Jacky. Isso mesmo.
*conversas paralelas rolando soltas*
*toca a campainha*
- Amanha então continuaremos o assunto...
PORRA, eu fazia cursinhos e simulados. Resumos, estudava em casa e o Vilela NUNCA me perguntava as vogais, era sempre algo relacionado a função sintática da tal oração subordinada adverbial de modo.
Além do mais, meu cabelo era um horror. O cabelo delas são lindos. No meu criavam-se algas marinhas da mistura creme para pentear + gel para coque + suor + boina.
Acabado o Ensino Médio, ainda não faço esportes, não tenho dinheiro para roupas lindas e não vivo na putaria constante. Mas ainda assim concluo meu texto rindo por dentro, pois estou na faculdade, tenho cabelos invejáveis e o cabeção ainda trabalha no giga.
Who´s the loser now? Huh?
Ok, me.
Mas eu mudei pra melhor, pelo menos (imaginem como era antes então :P)