Thanksgiving in America
Post não-ilustrativo já que a minha câmera quebrou.
Esqueçam os melhores episódios de Friends com toda a galerinha reunida pra comer o peru que o Joey usou na cabeça pra assustar a Monica. Meu dia de ação de graças foi miserable.
Aqui a semana inteira é feriado e todo mundo saiu da cidade, menos eu e mais umas três pessoas. Nenhuma delas é interessante e foi como a semana final do big brother onde você tem que conviver com quem você nem gostava no início, mas as circunstâncias fazem com que aquela pessoa vire sua melhor amiga. Hoje por exemplo eu tive que almoçar AND jantar com o inglês conservador que reclama de tudo e eu nem me irritei com isso. Andar na cidade faz eu me sentir como o Will Smith na cena inicial de Eu Sou a Lenda.
A semana começou com minha vida pessoal virando drama mexicano. Alem de estar vivendo no episódio final de Dawnson's creek, minha garganta deu sinal de vida e as placas voltaram. Sem o Hemanuel pra me levar no médico e sem meus remédios brasileiros milagrosos, eu apenas sentei e esperei passar e/ou morrer. Passou, como vocês podem perceber. E como aqui em Lexington um dia você tá muito mal e chorando de amores e no outro você conhece uma versão do Gerald Butler na Law School, meu final de temporada de Dawson's Creek virou Survivor: eu precisava de comida e tava tudo fechado. Graças a deus eu pude contar com a eficiência alemã da Katie pra nos arrumar uma família adotiva pro jantar de ação de graças. Nosso jantar foi lovely, com direito a peru e torta de maça, passeio com o cachorro no bosque frio e conversas na lareira. Nossa família adotiva era um casal de aposentados que mora nas montanhas. Tudo seria perfeito, não fosse a sensação de que eu estava em Dogville. Talvez porque a primeira coisa que a Sra. Pam disse quando eu me apresentei foi: "eu imaginei que você seria a Rachel do Brasil e ela a Katie da Alemanha, ou algo estaria muito errado." Racismo é in aqui. E considerando que eu tenho três artigos de 3000 palavras pra escrever, ouvir as histórias dela foi uma grande perda de tempo. Eu poderia ter dormido o dia todo, comido qualquer porcaria e escrito um dos trabalhos, mas a Katie já tinha me obrigado a fazer cookies o dia inteiro e eu não curto discutir com a fúria alemã.
Dormi 12 horas depois disso e passei o dia escrevendo um trabalho sobre imigração pra global politics. Essa matéria é assaz interessante porque geralmente o professor divide a classe em grupos que irão defender uma visão de mundo e eu ja defendi:
- A política americana de jogar bombas atomicas no Japao para acabar com a guerra
- Fui a relações públicas do John McCain nas vésperas da eleição
- Israel e sua política de antecipar ataques
- A política anti-imigração do partido republicano
Digamos que eu estou no grupo errado sempre, o que me dá vantagem porque eu sei todos os argumentos do outro grupo. Já posso ser advogada.
Enfim, esse foi o interessantíssimo Thanksgiving in Lexington. Vou ali me matar e já volto.