Friday, November 28, 2008

Thanksgiving in America

Post não-ilustrativo já que a minha câmera quebrou.

Esqueçam os melhores episódios de Friends com toda a galerinha reunida pra comer o peru que o Joey usou na cabeça pra assustar a Monica. Meu dia de ação de graças foi miserable.
Aqui a semana inteira é feriado e todo mundo saiu da cidade, menos eu e mais umas três pessoas. Nenhuma delas é interessante e foi como a semana final do big brother onde você tem que conviver com quem você nem gostava no início, mas as circunstâncias fazem com que aquela pessoa vire sua melhor amiga. Hoje por exemplo eu tive que almoçar AND jantar com o inglês conservador que reclama de tudo e eu nem me irritei com isso. Andar na cidade faz eu me sentir como o Will Smith na cena inicial de Eu Sou a Lenda.
A semana começou com minha vida pessoal virando drama mexicano. Alem de estar vivendo no episódio final de Dawnson's creek, minha garganta deu sinal de vida e as placas voltaram. Sem o Hemanuel pra me levar no médico e sem meus remédios brasileiros milagrosos, eu apenas sentei e esperei passar e/ou morrer. Passou, como vocês podem perceber. E como aqui em Lexington um dia você tá muito mal e chorando de amores e no outro você conhece uma versão do Gerald Butler na Law School, meu final de temporada de Dawson's Creek virou Survivor: eu precisava de comida e tava tudo fechado. Graças a deus eu pude contar com a eficiência alemã da Katie pra nos arrumar uma família adotiva pro jantar de ação de graças. Nosso jantar foi lovely, com direito a peru e torta de maça, passeio com o cachorro no bosque frio e conversas na lareira. Nossa família adotiva era um casal de aposentados que mora nas montanhas. Tudo seria perfeito, não fosse a sensação de que eu estava em Dogville. Talvez porque a primeira coisa que a Sra. Pam disse quando eu me apresentei foi: "eu imaginei que você seria a Rachel do Brasil e ela a Katie da Alemanha, ou algo estaria muito errado." Racismo é in aqui. E considerando que eu tenho três artigos de 3000 palavras pra escrever, ouvir as histórias dela foi uma grande perda de tempo. Eu poderia ter dormido o dia todo, comido qualquer porcaria e escrito um dos trabalhos, mas a Katie já tinha me obrigado a fazer cookies o dia inteiro e eu não curto discutir com a fúria alemã.
Dormi 12 horas depois disso e passei o dia escrevendo um trabalho sobre imigração pra global politics. Essa matéria é assaz interessante porque geralmente o professor divide a classe em grupos que irão defender uma visão de mundo e eu ja defendi:

- A política americana de jogar bombas atomicas no Japao para acabar com a guerra
- Fui a relações públicas do John McCain nas vésperas da eleição
- Israel e sua política de antecipar ataques
- A política anti-imigração do partido republicano

Digamos que eu estou no grupo errado sempre, o que me dá vantagem porque eu sei todos os argumentos do outro grupo. Já posso ser advogada.

Enfim, esse foi o interessantíssimo Thanksgiving in Lexington. Vou ali me matar e já volto.

Thursday, November 13, 2008

A vida passa...

Minha câmera quebrou durante o show do coldplay e com a crise econômica, nada de posts com fotos ilustrativas por enquanto. Falando em crise econômica, esse assunto já deu por aqui. Tá tipos jornalismo científico durante meu sexto período na Ufam. TODO DIA tem uma palestra sobre isso em todos os departamentos. Nem me presto a ir mais, eu saio deprimida toda vez, especialmente por que eles dão dicas pros jovens investirem na bolsa de valores e tudo mais que eu jamais vou fazer porque quero viver uma doce vida irresponsável. Odeio Business mais do que odeio Direito.
Esse post é destinado a falar do meu dia-a-dia em Lexington. Meu dia começa com uma aula ou às 10h ou as 11h. Não se deixem enganar pelo horário, lembrem que o inverno tá chegando e o sol tá demorando tipos milênios pra nascer. Depois de dois dias sendo enganada pelo Sol na janela e o aquecedor da casa e saindo com roupas que eu uso pra ir no Cinemais em Manaus, eu aprendi a olhar a previsão do tempo antes de sair de casa. Adoro o Google Weather, eu sempre vejo a previsão pra Lex (em torno de 7 graus esses dias) e comparo com Manaus. A reação é sempre a mesma: Á-H!!! Depois eu lembro que ainda estamos no meio do outono e daqui pro final do ano vocês é que estarão rindo do meu bumbum congelado. Aulinha durante o dia, correria nos intervalos, trabalho a tarde, academia a noitinha (confesso que matei a academia essa semana) e festa a noite dias de quarta, sexta e sabado (confesso que sai na segunda e terca também, o que explica a ausencia na academia). Tenho saudades da comida. Não que aqui seja ruim, mas é tudo frito e cheio de pão, o que me fez ganhar lindos quatro quilos (not cool). Eles tem tudo vitaminado, até a água é vitamin water. gross.
Milhares de joguinhos de bebida novos por aqui, a gente tem muito tempo livre. Aposto que a minha festinha de volta pra Manaus vai bombar com as Jello shots que eu tanto amo.
Sou só eu ou esse post tá totalmente avulso e sem-noção? Estou há dias tentando escrever alguma coisa decente em Português e nada. Simplesmente fiquei estúpida em inglês e em português...Já posso ouvir a professora Elizabeth berrando e o Professor Wasserman concordando. De acordo com a Mary, isso é absolutamente normal. O que ela não explica é porque o blog dela continua merecendo o Pulitzer com um post mais maravilhoso que o outro. Inveja.

O que mais eu posso falar sobre a vida em Lex? É uma vida fácil. Os estudos são difíceis e eu devo mudar de idéia quando receber minhas notas, mas viver num quarto sozinha, com uma cama king size, uma academia de graça, todos os livros do mundo, palestras com jornalistas do new york times, motorista sóbrio pra te levar nas festas, bebida de graça e clima frio não é exatamente o que se pode dizer de uma vida difícil. Agora o que eu mais adoro de morar aqui é o fato de eu poder pegar meu livro, caminhar ate a máquina de xerox e copiar tudo que eu quero by myself! A cada vez que eu penso naquela fila pra tirar xerox na Ufam, com aqueles funcionários simpáticos e a dez centavos a página, eu só consigo pensar; Life is, indeed, good.

Momento da aula de ética em jornalismo do dia:
- Vocês se sentiriam estranhas se alguem da sala estivesse postando sobre a aula no seu blog pessoal?
- Siiiimm

rach pensa: oops.

Saturday, November 01, 2008

Virou diarinho mesmo...

Eu preciso registrar meus momentos e nao tenho a menor paciencia pra escrever a mao.

O novembro mais doce...

A gente nunca na vida sabe definir o que seria nosso alguma coisa perfeito. Se anteontem alguem me perguntasse qual seria o fim-de-semana perfeito pra mim, eu provavelmente diria algo bem idiota. Algumas coisas você só consegue descobrir empiricamente: o fim-de-semana perfeito definitivamente envolve um show do Coldplay e halloween em DC.
Até quinta-feira ao meio-dia eu era mais uma estudante da Washington And Lee com planos de ir pra alguma frat party no Halloween vestida de bruxa. Bruxa! A coisa mais clichê do planeta. Foi então que no caminho pra casa eu encontrei o George, um meio americano, meio alemão loiro de dois metros de altura que infelizmente tem uma namorada em algum lugar. Eu já sabia que meus amigos iriam pra DC, mas nao tinha me empolgado muito por causa de uma prova de economia que eu ainda vou ter na segunda-feira. Então o George, obviamente sem saber a gravidade do que iria falar, soltou um: a gente vai ver o show do Coldplay amanhã lá. *sotaque black on* WHAAAAAAAATTT? *sotaque black off*. Meia-hora depois eu estava comprando o meu ingresso e 36 horas depois eu estava no carro rumo ao show mais lindo. Não sem antes descolar uma fantasia de Branca de Neve meio slutty.
Chegamos em DC umas 18h, corremos pro metro e chegamos no show. Simples assim. I was so NOT ready for that! Mais da metade do show eu passei achando que estava vendo um DVD. A turne Viva La Vida tem o show mais lindo do Coldplay que eu ja vi por tres motivos:

- O primeiro e mais importante é obviamente porque eu vi o show ao vivo
- O segundo envolve a total insanidade da banda, que agora está fazendo coisas que envolvem uma logistica extremamente complicada como tocar The Scientist em uma versao acustica sentados no meio da plateia, na parte que tem os ingressos mais baratos. Eles andaram com os instrumentos num estilo Garantido quando vai brincar com o povao até o final do estadio e começaram a tocar lá. A musica Lovers in Japan é o momento mais lindo, onde rola uma chuva de papel picado em forma de borboletas fluorescentes em uma luz negra. Como era Halloween, eles trocaram as borboletas por morceguinhos.
- O terceiro é algo de mágico que esse álbum possui, uma coisa positiva e menos coldplayish que os anteriores, que eram quase totalmente dedicados a musicas sobre relacionamentos.


Momento mais mágico!

Depois do show do coldplay eu já poderia morrer em paz. Mas nao! Era halloween e eu juro que fiz a viagem de metro mais insana da minha vida: eram MILHARES de pessoas fantasiadas das coisas mais absurdas como se nada tivesse acontecendo. Eu precisava me trocar
Saquei minha fantasia de Branca de Neve e fui!
Festinhas mal, pessoas fantasiadas no metrô, jamie passando mal de bêbado as nove da noite. AMAZING.


Olha a turminha da pesada. Atenção no Harry Potter e na Patty Maionese tentando passar no teste de sobriedade. Oi, lei seca!

Depois das festinhas mil e da coisa mais legal do mundo (=Jello Shot), fomos levar o jamie desmaiado pra casa e entao o duas-caras ai da foto (a.k.a americano loiro alto do olho verde) me chamou pra ver o nascer do sol mais famoso dos US and A. Trata-se de ver o sol nascer sentado na escada do lincoln memorial. O sol nasce atras do washington monument e reflete no Lincoln. Para uma visualização mais acurada, é só lembrar do diálogo de wedding crashers depois que acaba a temporada de casamento.


Substitua o Vince Vaughnn por mim que tá limpo.


Então foi isso.

Esse post ficou na geladeira por mais de uma semana. Agora estou deprimida em Lexington e o Obama ganhou. A cidade possui medo do comunismo essa semana. E o george nao tem mais namorada. Que coisa, não?