Gremlin - A nova esperança

Na última semana ocorreu um fato interessante, algo que normalmente acontece em ano de eleição. A história é real e por isso mesmo tem de ser passada adiante.

Os nomes serão preservados até uma segunda ordem.


Rua São Paulo, maio de 2008.
Passaram-se duas semanas da última enchente que varreu parte do Conjunto Manoel Nogueira, os moradores já haviam recebido ajuda como colchões e cestas básicas, dos órgãos públicos. Muitos perderam tudo, desde álbuns com fotos da família a automóveis, um morador, inclusive, viu sua casa ser levada pela correnteza sem poder fazer nada.

Era mais um dia depois da tragédia quando o Grimlin, político e apresentador de programa, chega a rua. Foi aquele alvoroço, chama a representante da comunidade que o Grimlin chegou. O grupo de moradores, que haviam se juntado na rua, informou que se tratava de Conceição e então lhe mostraram a casa.

O Grimlin, que apesar de feio não é bobo, se aproximou da casa e perguntou por Conceição:

Grimlin: Conceição está?
Conceição: Eu mesma, do que se trata?
Grimlin: Nós gostaríamos de fazer um vídeo aqui na rua e queremos que você diga algumas coisinhas...
Conceição, velhaca que é, ficou desconfiada, para não ficar por baixo disse: E quem é você?
Grimlin: Eu sou a Grimlin, sou política e tenho um programa de TV... E gostaria que você dissesse no vídeo o seguinte texto:

Eu, como líder da comunidade, gostaria de agradecer a Grimlin que nos ajudou neste momento difícil, que foi solidária com que havia perdido quase tudo. Gostaria de agradecer a Grimlin pelos mantimentos e pelo apoio neste momento tão difícil...

Conceição:...Mas esta é a primeira vez que você aparece no bairro, você não teve participação nenhuma na ajuda aos moradores. Eu não vou gravar vídeo nenhum, muito menos qualquer morador aqui desta rua!
Grimlin: A senhora esta sendo radical!
Conceição:...E a senhora esta sendo oportunista! Disse Conceição enquanto os moradores acumulados na rua gritavam seu nome. Você não esta respeitando o nosso sofrimento! Você esta querendo usar a nossa tragédia como propaganda política! Isso é uma falta de respeito!

Diante da festa que se tornara o encontro das duas não havia outra saída para o Grimlin que não fosse a fuga, seus funcionários não tiveram nem tempo de montar o equipamento. Depois dessa Grimlin vai pensar duas vezes antes de pisar na Rua Sampaio, digo São Paulo.

E viveram felizes para sempre, até o próximo inverno chuvoso.