Wednesday, July 30, 2008

Sábado a noite

Como todos sabem, minha preguiça e falta de motivação me impediu de conseguir um dia tirar minha carteira de motorista. Quando eu finalmente decido mexer minha bundinha pra fazer algo que me dê a liberdade automotiva, preciso sair do país em menos de um mês. That sucks porque são quatro fins-de-semana que eu e meus coleguinhas (que não incluem o semi-analfabeto do nordeste o papai vive citando supersaber dirigir ao contrário de mim) teremos que depender da boa-vontade de uma alma caridosa para nos levar e trazer dos lugares. Garantimos a diversão da noite, no entanto. Caso contrário, a gente sempre pode ligar pro disk pileque:

*mini-ligação fictícia pro disk-pileque*

- Alô?
- Opaa, eu to bêbada aqui e eu vou pegar no carro, heeein.
- Onde você se encontra, senhora?
- Eu me encontro em um condomínio na ponta negra e quero ir pra casa. Já tô ligando o carro!!
- Não, pode deixar que o disk pileque chega já aí.

*Chega o camburão vomitado da polícia, perguntando na maior delicadeza*

- Onde é tua casa, bebum?
- Ali no Porão do Alemão


E assim fechou! Você acabou de conseguir uma carona rápida e segura (será?) para sua baladinha. Efeito colateral é que você chega lá bêbado. Na volta, é só repetir o procedimento.

Poisé, voltando...

Sábado foi um desses dias onde estávamos sentados no meu quarto e ligamos para todas as pessoas que existem na terra para conseguir arrumar um programinha semi-decente que não envolvesse home-made food ou televisão. O Hemanuel se tornou nosso herói neste dia. Mas ele queria dar uma passadinha numa festa japonesa pra se empanturrar de fritura oriental e compensar todas as calorias perdidas na academia durante a semana.
Muitas observações sobre a festa oriental, mas a melhor com certeza refere-se à hipnótica dança que estava rolando no centro do salão. Consiste em um jovem simpático japonês tocando um tambor enquanto o baile todo fica girando em volta fazendo passinhos bem lentos. No duro, a parada é altamente relaxante. Nem precisa ser muito expert, basta ver a cara de serenidade das moçoilas. O sono que bate depois de ver cinco minutos disso é avassalador.
Passada a dança, fomos nos empanturrar nas comidinhas da festa. Tem um troçinho frito que é simplesmente perfecto. Eu comi uns legumes muito bons também. Tudo joinha, joinha.



Rach se empanturrando com as comidinhas da festa

De barriga cheia, tivemos a infeliz idéia de seguir pro Tulipa Negra. Tudo bem que as palavras "tributo aos beatles" podem parecer appealing, mas a banda tocou dez músicas dos Rolling Stones (GO FIGURE!) e umas sete músicas totalmente desconhecidas dos Beatles. Além disso, a friturinha japonesa (mais a macarronada que cozinhamos antes) fez com que o sangue das nossas cabeças fosse direto pro estômago, levando-nos a um estágio zumbi. Todo mundo morrendo, ninguém assumindo. Até que o nosso motorista teve que ir embora, acabando com a noite SUPER. No dia seguinte...porto do Ceasa...NOT!

Duas gringas em Manaus

Fato engraçado sobre a minha pessoa: sinto-me extremamente mais confortável quando as pessoas ao meu redor, na cidade onde eu vivo há vinte e um anos, pensam que eu sou gringa quando eu estou com a Mary. Nestas duas últimas semanas, eu pude desfrutar plenamente do prazer de poder se sentir estranha, ou melhor definindo, akward, sem ser julgada por isso. E é muito bom. Sair com a Mary me dá passe livre para:

- Pegar ônibus errados com certa freqüência
- Andar no centro fingindo ser surda enquanto neguinho fica gritando "Oi, princesa" no seu ouvido
- Pode usar roupas altamente esquisitas, sair de noite com shorts e all star, andar com óculos de 1 real de brechó dos anos 80, and so on...
- Não precisar cumprimentar todas as pessoas de um determinado lugar, atendo-se apenas àquelas que você se importa
- Pedir informações mais cretinas como "Pra que lado é o Colégio Militar?", sem alguém do teu lado falando: "Po, você estudou lá a vida toda e ainda não aprendeu?"
- Ficar ultraempolgada com a possibilidade de comer brigadeiro e pão-de-queijo, como se fosse uma comida típica altamente exótica
- Fazer passeios que amazonenses nunca fazem, como piquenique no parque do mindú ou visita ao Teatro Amazonas

Descobri, portanto, que mesmo na cidade onde eu moro há séculos, eu sempre serei uma gringa perdida e esquisita. Só espero que o gringo de verdade pare de gritar no meu ouvido: VOCE NAO SABE PEGAR O ONIBUS??? COMO NAO?? OH MEU DEUS, EU SOU O CAMPEAO DO ONIBUS EM MANAUS!! Because that would suck!

Fora isso, tive meu dia de Whore of Mensa (alguém já leu essa história? Deveriam! Clica aqui). E alguns dias de Vida Lóki (que estão se tranformando em Vida Nietzsche)
Eu já mencionei que esse blog tá na biqueira de começar a virar um diarinho?

Poisé.

Saturday, July 19, 2008

Let's put a smile on that face

Assisti Cavaleiro das Trevas ontem. É foda. Tão foda que eu nem vou escrever uma resenha decente, procurem em TODOS os sites do mundo que vocês vão ler a mesma coisa: o filme é foda.
Como nerd, é o melhor filme de super-herói de todos os tempos. E pra mim ele está apenas desbancando o Batman Begins.
Como cinéfila, é um grande filme. Atuações maravilhosas, direção impecável, trilha sonora muito boa. Nolan criou a sua marca para o Batman. E só ele sabe o quanto deve ser difícil ser comparado com a marca Tim Burton.
Como menina, digamos que eu sou muito feliz em ser uma Rachel. =D

Sunday, July 13, 2008

Livros para intercâmbio

A partir de Agosto de 2008, eu vou morar no estrangeiro. Infelizmente, eles não me permitem levar mais de uma mala e coisas idiotas como roupas impedem que meus livros possam me acompanhar. Tomada por um espírito disseminador de informação e cultura, decidi que meus livros também farão intercâmbios na casa de outras pessoas durante este tempo.
Eu ia fazer uma lista com os livros disponíveis, mas fiquei com preguiça e bati uma fotinho. Acho que vai dar pra ver. É só me mandar um email ou comment dizendo qual você quer que tá feito. Quem gritar primeiro leva.








taí. clicando aumenta.

Monday, July 07, 2008

Acho chato

Quantos posts intermináveis, sem figura, cheios de jargões jonalísticos e assuntos desinteressantes para as pessoas que não fazem comunicação social e/ou gostam de cientistas da computação (ou seja, quase todas exceto eu, a tory e a camila)!!
Preciso ser mais clara e concisa (oi, elizabeth!). E preciso de novos assuntos.
Férias começando, muitos filmes pra ver e livros não-acadêmicos pra ler devem abrir minha mente.
Aliás, essa semana mesmo eu divulgo a lista de filmes e livros que eu possuo para emprestar por um ano pro primeiro que gritar. Também to pensando em começar uma fotocolagem/diário semanal do meu ultimo mês em Manaus a partir do dia 22.

To read list:

- Frakonomics (ah, to amando. comprem os seus já, ou baixem AQUI - em português, ó)
- Simulacro e Poder (salvou os 25 pontos de QI que eu perdi durante o sexto e sétimo período da Ufam)
- Principles of Economics (não é nada bom pegar a minha primeira aula de microeconomia em inglês sem ter visto porra nenhuma antes)
- Nine Stories (dessa vez eu acabo, eu juro)
- 1000 Best Short Stories (não é nada bom chegar na América sem conhecer um pouco da literatura clássica americana - no duro, eu sempre fui fissuradora em língua portuguesa e esqueci do resto do mundo)
- The New Yorker (Eu PRECISO trabalhar nesta revista. Basta apenas eu me acostumar a tomar chá e usar casaco de lã com cotovelos de couro)


To watch list:
- Batman (óbvio)
- O anti-herói americano
- Invasões Bárbaras
- As Horas
- Tropa de Elite (eu não vi! juro mesmo...eu sei, um absurdo)
- Elizabeth -0 The Golden Age
- Forgetting Sarah Marshall
- Crash
- Boa Noite e Boa Sorte



Acho que dá!

UPDATE: Preciso assistir mais ao CQC. Os cinco minutos que eu acabei de acompanhar, com o Marco Luque imitando o Marcelo Tas foi definitivamente o improviso mais engraçado da televisão brasileira (nem é difícil conseguir este título, mas foi engraçadíssimo).

Acabei de ver Mais Estranho que a Ficção. O filme é decente, embora eu jamais me arriscasse a fazer um filme com esta temática misturando a crise criativa do autor com a vida do personagem depois de Adaptação (a.k.a. filme mais foda ever). A comparação fica inevitável e ganhar do filme do Kauffman é algo praticamente impossível. Não que eu seja uma daquelas pessoas que acredita que filmes épicos deveriam deixar de serem produzidos depois de Senhor dos Anéis, mas ainda assim não rola copiar o mesmo personagem, substituindo o Nicolas Cage pelo Will Farrel, e sair ileso. A autora é tão estereotipada que parece que eu to vendo o About Me wannabe de todas os estudantes de jornalismo que eu conheço. Achei o final bem chinfrim também. Acho que vou alugar Adaptação só de sacanagem. É, vou fazer isso.

Única frase utilizável do filme, que eu achei bem apropriada aliás.

Harold Crick: What is wrong with you? Hey, I don't want to eat nothing but pancakes, I want to live! I mean, who in their right mind in a choice between pancakes and living chooses pancakes?
Dr. Jules Hilbert: Harold, if you pause to think, you'd realize that that answer is inextricably contingent upon the type of life being led... and, of course, the quality of the pancakes.

Sunday, July 06, 2008

Sou só eu...

...ou tá todo mundo se sentindo mais burro também?

(Texto originalmente enviado pra corrente de email do sétimo período de jornalismo da Ufam)

"Rápido, barato, inexato, partidarista, mescla de informações aleatoriamente obtidas e pouco confiáveis, não-investigativo, opinativo ou assertativo, detentor da credibilidade e da plausibilidade, o jornalismo se tornou protagonista da destruição da opinião pública". Assim termina o primeiro capítulo do livro Simulacro e Poder: Uma análise da Mídia de Marilena Chaui, e assim também termina minha avaliação pessoal da atividade jornalística após o sétimo período do curso de comunicação social- jornalismo na Ufam. Faz precisamente um ano que meus estudos se resumem a decorar manuais de como escrever textos para rádio e tv ou diagramar páginas de jornal, deixando de lado assuntos como ética, realidade ou responsabilidade social que, quando muito, são pincelados nas aulas de apresentação e encerramento de cada disciplina.

Talvez a culpa seja da grade curricular que enfatiza a ténica, mas o fato é que quando estes assuntos surgem em sala de aula, eles são rapidamente podados pelas regras do "como escrever". Embora ainda exista um esforço em se dizer que toda regra tem exceção, que estas regrinhas só servem para "orientar"os alunos, que a informação e o interesse coletivo deve estar acima de tudo, essas frases só são faladas na primeira aula e no início dos capítulos, sendo rapidamente engolidas pela necessidade da velocidade, da clareza e pela busca do padrão. Eu, pelo menos, nunca presenciei uma única "exceção". A tentativa de fugir da regra do manual sempre foi rapidamente tolhida e acabamos nos transformando em máquinas de escrever scripts. É assim que hoje eu me sinto tendo que decorar três capítulos de concordância verbal, regência, vocabulário técnico para a prova de uma disciplina que me ensinaria a escrever textos para a tv; e apenas uma página de reflexão sobre o ato de escrever para a televisão.

Sei que não sou a única que sente-se assim. Freqüentemente ouço dos meus colegas o quanto a busca pela objetividade, clareza e concisão estão os deixando mais burros. No blog pessoal do aluno Clayton Nobre, ele explicou exatamente como nos sentimos: assim como Kafka, sonhamos com a enorme imagem de um açougueiro, cortando-nos com doce e mecânica regularidade, tirando fatias finas de nós, que voam por todos os lados devido à velocidade da ação. Espero, com todas as forças, que nossos professores não se tornem nossos novos açougueiros (ainda que não seja esta a intenção deles). Já temos que lidar com a cobrança do mercado nos nossos estágios tão amarrados, não queremos aprender a nos adaptar a elas na Academia, local onde deveríamos poder refletir sobre o fazer jornalístico.



Comentários:

É como o clayton diz "vamos entrar para a escola dos autodidatas". Ser formado pela UFAM não significa que estamos preparados profissionalmente para o mercado. Temos que ter "certeza" do que queremos para buscarmos individualmente nossos caminhos dentro do curso. O problema é quando por natureza não conseguimos ter essa certeza (somos "JOVENS"). E sem ter certeza acabamos sendo carregados pelo curso e corremos o risco de nos tornarmos massa de manobra.
Eu demorei muito para começar a compreender a Universidade e tenho a pequena impressão de que a busca por essa compreensão pode ser como a busco pela felicidade, não tem fim. O mais importante é questionarmos tudo, pois talvez assim, quem não tem certeza pode achá-la.
A Universidade possui diversos problemas e acredito que o maior deles seja o seguinte: "Somos uma Universidade Federal quer mais o que!?".
Quando mandamos nossos currículos para estágios ser estudante da UFAM pesa na decisão. Mas porque!?, uma faculdade cheia de problemas estruturais tem tanto peso? Acredito que o único diferencial somos nós, os alunos, juntamente com os professores que tem uma postura educacional construtivista. A prova disso foi o último ENADE.
"vamos entrar para a escola dos autodidatas"
"Não espere por ninguém, faça tudo acontecer. Lembras que o que ti convém pra eles não tem nada a haver"

Abraço para todos
Caio Mota


Povo,

Passo pelos dois lados da moeda e sei o que é isso. O prêmio do Instituto Itaú Cultural mostrou exatamente o que Caio e Clayton afirmam: o que me garantiu lá foi a capacidade de ser auto-didata do que qualquer outra coisa. Até mesmo porque não tivemos uma aula decente de técnicas I. Quando cheguei em São Paulo, em Dezembro de 2007, vi as enormes diferenças. Desde a simples grade curricular, que pra nós é totalmente obsoleta do resto do país, até a discussão fundamentada em conteúdo, eu senti na pele as dificuldades. Nos trabalhos do laboratório on-line não foi diferente. Hoje, olhando de quem recebe um conteúdo maior nessa bolsa, vejo o quanto nós precisamos ( e muito!) de uma metodologia de aprendizado mais aperfeiçoada. Adoro essa Universidade, com certeza foram alguns dos melhores anos da minha vida, mas não acredito que até agora tivemos uma boa base de técnica/teoria em comunicação. Temo que muitos daqueles que recebem o conteúdo atual terão um choque bem grande quando chegarem no mercado de trabalho, assim como eu num simples colóquio de jornalismo cultural.

Abrindo esse leque de comunicação abro uma outra questão: se a UFAM está do jeito que está e ainda é a melhor referência, imagina as outras univesidades? As particulares têm toda uma estrutura técnica, professores bem pagos, investimentos em livros, etc. Mas cadê a qualidade na programação da televisão Amazonense, por exemplo? Cada vez mais assistimos aberrações como o mais recente "MTV na balada", que para mim é uma afronta à inteligência do jovem manauara e um desrespeito por uma emissora que sempre prezou pelo alternativo, de qualidade e criatividade.

A ferida é muito grande. O profissional que quer se diferente no mercado, independente de onde estude, precisa buscar meios para tal. Para isso deve ter mente aberta, disposição para ir além da sala de aula e questionar sempre. O cenário é complicado e pra isso é preciso disposição para se aperfeiçoar... e também na hora de mostrar sua força de trabalho.
--
Um grande abraço !
Antonio Carlos Junior


É isso aí. Valeu a menção ao blog. O Bufão está mais feliz.
São os problemas da academia na sua generalidade.
Sinceramente, não vou perder tempo para estudar nesse fim de semana.
Na última prova, a prof considerou a minha criatividade, é assim que vou encarar essa agora.

Publica teu texto no blog, menina!

Até,
Clayton Nobre




Rach lendo Freakonomics, Simulacro e Poder, Principles of Economics, Superinteressante e What Would Tyler Durden Do?
Rach ouvindo Thievery Corporation